quarta-feira, outubro 27, 2010

Há dias de merda

E enquanto nos são comunicadas medidas de austeridade que implicam directamente com o nosso salário a frequência com que esses dias de merda acontecem é maior.

Ontem foi-me comunicado cortes no meu salário, assim, pelas 18.15, o dia estava a ser um desses dias.

Mas, como diz um amigo meu, no meio da merda toda nós ainda somos uns sortudos do caraças, ora atentem nos seguintes acontecimentos ocorridos posteriormente:

Saio da minha secretária no trabalho, ligo o ipod, coloco no modo shufle e aparece-me o Mick a cantar “You can’t always get what you want, but if You try sometimes, You just might find you get what you need”. Abençoados homens que inventaram um shufle tão preciso.

Saio para a rua ainda ao som dos Stones, caminho uns metros na rua de S. José onde cruzo-me por uma miúda gira que, por um qualquer motivo desconhecido e meramente acidental, sorri no instante que cruzamos olhares.

Chego ao meu antigo local de trabalho, faço a gentileza de abrir a porta do prédio a uma pessoa que vai para o mesmo andar que eu (que é partilhado pela Moda Lisboa, pela Escrever, Escrever e pela minha antiga empresa – adivinhem de onde era essa pessoa, hein?) e rola conversa de ocasião legal entre a entrada e o nosso destino final, o 3º andar. Muito prazer, até um destes dias.

Chego ao meu antigo local de trabalho, onde, dadas as boas relações existentes com os meus ex-companheiros de trabalho, agora amigos, uma pessoa sente que, pelo menos, não é uma besta total e ainda é meramente considerado, mesmo tendo abandonado aquela empresa à mais de dois anos. O motivo era um convite para ir jantar com os restantes ex-companheiros, o local: um dos restaurantes de comida Japonesa mais fixes de Lisboa. Era capaz de me habituar a essa vida.

Para terminar, no jantar, reencontro uma pessoa que partilha o mesmo gosto por música e passamos a noite a falar de coisas como os Velvet Underground serem muito mais à frente que os Doors, como o Lou Reed ter ficado um menino e que o John Cale era e continua a ser o maior, como os Nirvana era música para meninos quando comparado com The Sound e os Gun Club, bandas que esse individuo tinha visto ao vivo e pelo qual eu disse educadamente que dava o cu e as calças para ter visto essas bandas ao vivo.

Moral da coisa: podem ter cortado no meu salário; ter ficado com a cozinha às avessas (sim, entretanto, durante o jantar, soube que o chão da minha cozinha decidiu levantar-se e sucumbir à pressão que o mantinha no solo); e a miúda continua sem querer saber patavina de mim, mas nem tudo é miséria e como diz o Mick: You can’t always get what you want, but if You try sometimes, You just might find you get what you need.

Oh yeah!

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1 Comments:

Blogger Tosttas said...

Não te fies nos Stones. Os gajos tinham com que se consolar, pá!

7:18 da tarde  

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