Vá de recto Satanás!

Os White Stripes editaram este ano o seu quinto álbum, Get Behind Me Satan, depois de terem lançado o seu álbum com maior sucesso comercial, Elephant, que continha uma das músicas mais passadas em todo o lado no verão passado, a Seven Nation Army, com um riff de guitarra brutal e uma batida hipnótica puseram toda a gente a dançar, incluindo pessoal do pum pum tchapum. Um feito! Mas a espera por este último álbum tinha como interesse saber qual a direcção que a banda tomaria depois de três álbuns excepcionais, De Stijl, White Blood Cells e o Elephant, e do êxito comercial deste último.

O duo, constituído por Jack e Meg White, sempre se afirmaram como minimalistas, expresso através das cores utilizadas: vermelho, preto e branco; mas, principalmente, nos instrumentos utilizados: guitarra eléctrica, por vezes também acústica, bateria e ocasionalmente órgão eléctrico ou piano; e com raízes no blues do delta e no country. Por muito bons que sejam os álbuns anteriores, cair no erro de repetir as mesmas fórmulas seria um golpe para a reputação dos White Stripes, assim sendo surge Get Behind Me Satan, um álbum que dá aos fãs aquilo que eles esperam dos White Stripes, uma banda capaz de ir a muitos lados, a provar minimalismo não implica uma limitação, antes pelo contrario, muitos e bons álbuns se têm feito sem recurso a grandes parafernálias, como pode comprovar a discografia dos Guided By Voices ou o Pink Moon do Nick Drake e como se pode comprovar por este último álbum dos White Stripes.

Get Behind Me Satan vêm recheado de grandes canções, desde o electrizante single de estreia, Blue Orchid, passando pelas marimbas de The Nurse, à batida e ao piano estupidamente viciante de My Doorbell e ainda vou só na terceira música do álbum, a realidade é que o álbum está carregado de excelentes músicas que valem bem a pena ser ouvidas. Quem esperava mais do mesmo enganou-se, este álbum apresenta várias canções com guitarra acústica, marimbas, pianos, órgão eléctrico e até baixo, sacrilégio! Ah, e a Meg a cantar em Passive Manipulation, várias músicas calminhas e até bluegrass. Mas no final vem a grande musiquinha de dor de corno para arrebatar com tudo! Simplesmente genial! (09/10)

PS1: Como cereja no topo do bolo deixo aqui um link para irem buscar o concerto dos White Stripes em Glastonbury este ano. Deixem-me dizer que está absolutamente arrebatador! No começo o ambiente no festival mais se parece com um jogo de futebol, com buzinas e tudo, no decorrer do concerto destaque para a forma como as novas canções se inserem no alinhamento, sem provocarem grandes quebras e mostrando que também são bastante poderosas e pelos momentos altos do costume, ou seja a passagem do Hotel Yorba e da Jolene e do final arrebatador com a Seven Nation Army.

PS2: Quem viu as imagens do festival de Glastonbury este ano deve estar a achar que o Paredes de Coura do ano passado foi coisa para meninos de coro! Chiça que era preciso chover daquela maneira?

PS3: Os White Stripes continuam em digressão pela europa, vejam-nos por estas bandas que infelizmente eles voltaram a não passar por Portugal, para quando será?

• 9 Julho 2005, Heineken Open'er Festival, Gdynia, Polónia;
• 10 Julho 2005, Exit Festival, Novi Sad, Sérvia;
• 12 Julho 2005, Theatro Gis, Thessaloniki, Grécia;
• 13 Julho 2005, Olympic Beach Volleyball Stadium, Athens, Grécia

PS4: Para a semana conto-vos como foi hoje na Polónia. ;)