Animal Collective (AC) por pontos.
Primeiro ponto: boa iniciativa da ZDB: organizar um concerto dos AC a bordo de um ferry para comemorar o seu 11º aniversário. Muitos parabéns!
Segundo ponto: foi giro encontrar tanta gente à espera do barco que nos levaria para navegarmos nos oceanos sonoros dos AC.
Terceiro ponto: já não foi tão giro saber que afinal o concerto já não se realizaria no ferry, mas sim algures em Cacilhas. Ficámos na expectativa.
Quarto ponto: Cacilhas, 10:00, noite de quinta-feira, porventura noite animada ou então não, a julgar pela expressão dos pescadores que por aquelas bandas se distraem noite fora. A nossa distracção era outra, bem diferente.
Quinto ponto: o espaço: um barracão antigo, minimamente decorado, mas bastante agradável. (ps: o nosso pavilhão da Epac também foi utilizado para actividades artísticas um par de vezes, foi pena que nunca tenham pensado em continuar com o espaço para essa finalidade ao invés de o deitarem a baixo para estar a servir de parque de estacionamento.)
Sexto ponto: Alan Courtis: desvareios sónicos com uma guitarra modelo porta-chaves e muita maquinaria. Pose guitar hero num manifesto anti guitar hero. Ruído q.b.
Sétimo ponto: AC: não posso dizer que era um fã incondicional à partida para o concerto, tenho alguns cds dos AC, gosto de algumas músicas, mas nunca me tinham “atingido” da forma como me atingiram ao vivo. Tinha comprado o bilhete porque a curiosidade de os ver ao vivo falara mais alto. E ainda bem, foi a prova que hoje em dia ainda nos podemos surpreender e, como disse, e bem, Vítor Junqueira no seu blog, é importante perceber que não vale a pena estar sempre a dizer que antigamente é que era, pois o que se passou na quinta foi uma prova de que, de facto, o momento é agora e por todo o lado brotam movimentos que são dignos de encontrar o seu lugar de destaque. E os AC algum dia encontrarão esse lugar. Nem que seja numa edição da Uncut daqui a 30 anos.
Para quem não faz a mínima ideia de quem sejam os AC temo que não encontre arte para conseguir por em palavras o que se sente quando se vê ao vivo aquele colectivo. Panda Bear, Avey Tare, Deaken e Geologist parecem que, ao primeiro toque de qualquer que seja o instrumento, se fundem num único ser, dotado de um cérebro comum capaz de produzir um som único que nos envolve e que nos faz embalar numa dança que poderia levar ao descontrolo se não fosse a vergonha de nos libertarmos. (pelo menos por mim falo)
Algo que passa pela esfera de sons oceânicos mas que atinge o seu expoente máximo nas composições hipnóticas que aliam as electrónicas, as guitarras e vozes em reverb exagerado ao ritmo endiabrado de um kit de bateria atípico mas capaz de emular o som de mil tambores de tribos africanas.
A impressão com que fiquei foi a de que, caso Jim Morrinson fosse vivo esta era a cobra que ele gostaria de montar e deixar-se levar.
Oitavo ponto: chegada a Lisboa, sorriso nos lábios, algo se passou. Algo de muito bom. Um pouco atarantado fui dormir, afinal, no dia seguinte era dia de trabalho, dia de vestir a mascara, put a happy face e esquecer, por umas 8 horas, que algo mais acontece, algo que nos encanta, algo por qual nos deixamos guiar.
Segundo ponto: foi giro encontrar tanta gente à espera do barco que nos levaria para navegarmos nos oceanos sonoros dos AC.
Terceiro ponto: já não foi tão giro saber que afinal o concerto já não se realizaria no ferry, mas sim algures em Cacilhas. Ficámos na expectativa.
Quarto ponto: Cacilhas, 10:00, noite de quinta-feira, porventura noite animada ou então não, a julgar pela expressão dos pescadores que por aquelas bandas se distraem noite fora. A nossa distracção era outra, bem diferente.
Quinto ponto: o espaço: um barracão antigo, minimamente decorado, mas bastante agradável. (ps: o nosso pavilhão da Epac também foi utilizado para actividades artísticas um par de vezes, foi pena que nunca tenham pensado em continuar com o espaço para essa finalidade ao invés de o deitarem a baixo para estar a servir de parque de estacionamento.)
Sexto ponto: Alan Courtis: desvareios sónicos com uma guitarra modelo porta-chaves e muita maquinaria. Pose guitar hero num manifesto anti guitar hero. Ruído q.b.
Sétimo ponto: AC: não posso dizer que era um fã incondicional à partida para o concerto, tenho alguns cds dos AC, gosto de algumas músicas, mas nunca me tinham “atingido” da forma como me atingiram ao vivo. Tinha comprado o bilhete porque a curiosidade de os ver ao vivo falara mais alto. E ainda bem, foi a prova que hoje em dia ainda nos podemos surpreender e, como disse, e bem, Vítor Junqueira no seu blog, é importante perceber que não vale a pena estar sempre a dizer que antigamente é que era, pois o que se passou na quinta foi uma prova de que, de facto, o momento é agora e por todo o lado brotam movimentos que são dignos de encontrar o seu lugar de destaque. E os AC algum dia encontrarão esse lugar. Nem que seja numa edição da Uncut daqui a 30 anos.
Para quem não faz a mínima ideia de quem sejam os AC temo que não encontre arte para conseguir por em palavras o que se sente quando se vê ao vivo aquele colectivo. Panda Bear, Avey Tare, Deaken e Geologist parecem que, ao primeiro toque de qualquer que seja o instrumento, se fundem num único ser, dotado de um cérebro comum capaz de produzir um som único que nos envolve e que nos faz embalar numa dança que poderia levar ao descontrolo se não fosse a vergonha de nos libertarmos. (pelo menos por mim falo)
Algo que passa pela esfera de sons oceânicos mas que atinge o seu expoente máximo nas composições hipnóticas que aliam as electrónicas, as guitarras e vozes em reverb exagerado ao ritmo endiabrado de um kit de bateria atípico mas capaz de emular o som de mil tambores de tribos africanas.
A impressão com que fiquei foi a de que, caso Jim Morrinson fosse vivo esta era a cobra que ele gostaria de montar e deixar-se levar.
Oitavo ponto: chegada a Lisboa, sorriso nos lábios, algo se passou. Algo de muito bom. Um pouco atarantado fui dormir, afinal, no dia seguinte era dia de trabalho, dia de vestir a mascara, put a happy face e esquecer, por umas 8 horas, que algo mais acontece, algo que nos encanta, algo por qual nos deixamos guiar.
3 Comments:
Eu fiquei bastante desiludida com o concerto dos Animal Collective.
Primeiro estava a espera que o concerto fosse num cacilheiro, vim da margem sul para margem norte e depois acabei ficar perto de casa, que grande desilusão.A organização do concerto estava muito má.
O espaço tinha uma sonoridade muito ma para receber animal collective, a complexidade dos sons, que existe nos albúns, não se ouvia ao vivo.
Gosto mais de ouvir o albúm do que ter ouvido ao vivo
Eu infelizmente não pude ir. Tive que ficar em casa a ouvir o «Feels»...o que já é muito bom!
E ainda dizes que não és um bom crítico, deixa-me dizer que com uma descrição dessas fiquei a morrer de inveja, porque é precisamente por esse quase descontrolo, desse power brutal ao vivo, que nenhum album ou DVD algum dia poderá substituir, pois o que se vive é insubstituivél, que eu adoro concertos...
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