sexta-feira, março 31, 2006

artwork



Não podia faltar. Mais um cartaz de grande nível. (roubo descarado ao amigo garfieldebart)

quinta-feira, março 30, 2006

Drive By Truckers - Decoration Day
SOUNDS BETTER IN THE SONG
When I saw her standing there, with her bright eyes and shining hair,
she was looking back at me.
Some are meant to sing, some are meant to talk and some aren’t meant to say a thing.
But when she opened up her mouth and that sweet voice came out
I lost track of my own name.
Now she’s found herself, and I lost mine
and I’m just another guy who can’t give her anything.

Well the drifter, He holds on to his youth just like it was money in the bank.
And “Lord knows, I can’t change” sounds better in the song
than it does with hell to pay.
I might as well of slipped that ring on your finger from a window of a van
as it drove away.
Now she’s found herself, and I lost mine
and I’m just another guy who can’t give her anything.

Dreams are given to you when you’re young enough to dream them
before they can do you any harm.
They don’t start to hurt, until you try to hold on to them after seeing how they really are.
She used to dream them with me, every single crazy one,
until they started hurting her too, now she’s got some of her own
and outgrowing me, might be the best thing for her she’s ever done.

A light that shines as bright as hers can’t be kept in the shadows for too long.
A heart that wants to live and a soul that wants to give
can’t just sit at home alone.
Lord, she’s give me everything and never wanted anything I couldn’t give.
Just what was inside of me.
And now she’s found herself, and I lost mine
and I’m just another guy who can’t give her anything.


Mp3: aqui

segunda-feira, março 27, 2006

Drive by Truckers - The Dirty South

DANKO / MANUEL
"Let the night air cool you off.
Tilt your head back and try to cough.
Don't say nothing 'bout the things you never saw.
Let the night air cool you off.

I ain't living like I should.
A little rest might do me good.
Got to sinking in the place where I once stood.
Now I ain't living like I should.

Can you hear that singing? Sounds like gold.
Maybe I can only hear it in my head.
Fifteen years ago we owned that road
now it's rolling over us instead. "

Putting People on the Moon


Mary Alice had a baby and he looked just like I did
We got married on a Monday and I been working ever since
Every week down at the Ford Plant but now they say they're shutting down
Goddamned Reagan in the White House and no one there gives a damn

Double Digit unemployment, TVA be shutting soon
While over there in Huntsville, They puttin' people on the moon

So I took to runnin' numbers for this man I used to know
And I sell a few narcotics and I sell a little blow
I ain't getting rich now but I'm gettin' more than by
It's really tough to make a living but a man just got to try

If I died in Colbert County, Would it make the evening news?
They too busy blowin' rockets, Puttin' people on the moon

Mary Alice quit askin' why I do the things I do
I ain't sayin' that she likes it, but what else I'm gonna do?
If I could solve the world's problems I'd probably start with hers and mine
But they can put a man on the moon
And I'm stuck in Muscle Shoals just barely scraping by

Mary Alice got cancer just like everybody here
Seems everyone I know is gettin' cancer every year
And we can't afford no insurance, I been 10 years unemployed
So she didn't get no chemo so our lives was destroyed
And nothin' ever changes, the cemetery gets more full
And now over there in Huntsville, even NASA's shut down too

Another Joker in the White House, said a change was comin' round
But I'm still workin' at The Wal Mart and Mary Alice, in the ground
And all them politicians, they all lyin' sacks of shit
They say better days upon us but I'm sucking left hind tit
And the preacher on the TV says it ain't too late for me
But I bet he drives a Cadillac and I'm broke with some hungry mouths to feed

I wish I'z still an outlaw, was a better way of life
I could clothe and feed my family still have time to love my pretty wife
And if you say I'm being punished. Ain't he got better things to do?
Turnin' mountains into oceans Puttin' people on the moon

Turnin' mountains into oceans Puttin' people on the moon



MP3's: Putting People on the Moon; Never Gonna Change ; Carl Perkins Cadillac

sexta-feira, março 24, 2006

Sai um fim de semana bem recheado!

  1. Hoje inicia-se o único evento cultural com periocidade definida em Rio Maior: As Tasquinhas! Quem já lá foi não precisa de quaisquer apresentações e já sabe o que é que a casa gasta; quem ainda não foi não espere pela demora pois trata-se de um evento que, nos seus dias bons, consegue roçar a p*ta da loucura. Muita comida e muita bebida - traços fundamentais da "cultura popular" -; alguma animação complementar - mais uma vez teremos o prazer de presenciar à performance da mítica Bandinha da Alegria -; e outros eventos que nunca ninguém se lembra, porque o core business é mesmo o comes e bebes e a grande animação que resulta do povo bem alimentado e bem regado. A não perder. Encontramo-nos por lá!
  2. Hoje cá por Lisboa podem assistir à (quase sempre) magnífica performance dos rock'n'rollers favoritos cá da malta, os grandes d3ö. O concerto realiza-se no SB Live (que nome de merda) no Parque das Nações.
  3. Amanhã podem ver em Alcobaça os míticos Pop Dell' Arte no bar Clinic.
  4. Amanhã e domingo realiza-se em Coimbra o Open de Portugal (under 20) de Judo. Força Júlio, força Águia e força o resto da malta!

Ficam as sugestões, bom fim de semana para todos!

sexta-feira, março 17, 2006

Amanhã @ Coimbra


HEAVY TRASH @ teatro gil vicente

Todos diferentes todos bons...

Eis o que dá uma noite de trabalho com os headphones na cabeça, não sendo todos discos novos, foram-o para mim ontem. Fica aqui expresso o meu entusiasmo por estes cinco maravilhosos álbuns.


The Angels of Light Sing "other people"
Micheal Gira a dar-nos música pop com instrumentos acústicos, soberbos arranjos e, especialmente, muito espaço. Como é que só agora dei com isto?
A ouvir: TUDO mas The Kid Is Already Breaking é fabulosa.

Belle & Sebastian The Life Pursuit

Stuart Murdoch & Co estão felizes e nós só temos a agradecer por isso!

Up-tempo qb para a primavera que se aproxima - um must!

A ouvir: as grandes linhas de baixo e órgão de Sukie in the graveyard; we are the sleepyheads; song for the sunshine e funny little frog.

Pajo "Pajo"

Outro campeonato mas um grande álbum à mesma. David Pajo regressa com um conjunto de grandes canções (pouco) vestidas com guitarra, alguma percussão e pequenos apontamentos electrónicos. Lo-fi precioso.
A ouvir: High Lonesome Moan; Manson Twins; Francie

Caribou The Milk of Human Kindness

ok, apenas conhecendo o nome não tinha qualquer noção de como seria o som desta banda. Ouvi o cd. O que é isto? Electrónica? Sim, pelo menos temos electrónica: as guitarras estão lá, a electricidade está ligada, ouvem-se loops, cuts, beats. Hip-Hop? Rock? Kraut Rock? A música agrada e de que maneira. Faz lembrar The Beta Band e The Go! Team - uma mistura das duas.Mínimo múltiplo comum? Psicadelismo? Será? Ou Psicodelismo? Como dizia Chico Science.

Como é definido não interessa, que é bom - isso é!
A ouvir: Bees; Barnowl; Pelican Narrows & Brahminy kite (será que este senhor está em contacto espiritual com antónio variações?)

Amadou & Mariam Dimanche a Bamako

Mali terra de riffs hipnóticos e doces vozes

Mali terra rica de espírito pobre de matéria

Mali terra de Amadou & Mariam

Mali terra de Manu Chao

Mali terra de feiticeiros

Mali terra de Ali "Farka" Touré

Grande disco, perfeito para a primavera/verão que se aproxima.

quarta-feira, março 15, 2006

terça-feira, março 07, 2006


Ali "Farka" Touré @ Monsanto - 22/07/05
A 20 de Julho de 2005 Luís Rei, em antevisão ao concerto de Ali "Farka" Touré em Lisboa (22 de Julho), publicava o seguinte artigo no seu seu blog crónicas da terra:

Ali "Farka" Touré - uma lição de vida em 180 minutos, na próxima sexta-feira em Lisboa

Um sonho que se torna realidade. Ver Ali Farka Touré em palco. Algo que nos últimos dez anos tem sido raro, dado as responsabilidades de chefe de família, agricultor e, mais recentemente, de presidente da Câmara Municipal de Niafunké, pequena aldeia no norte do Mali banhada pelo Rio Niger, no começo do deserto do Saara.

Falar com Ali "Farka" Touré é também muito difícil. Nesta pequena digressão de 2005, a lenda viva não tem dado entrevistas individuais, apenas conferências de imprensa. Por isso mesmo, na semana em que o músico maliano actua no Anfiteatro Keil do Amaral (esta sexta-feira, dia 22), vale a pena recuperar uma vez mais a entrevista que tive a sorte de efectuar em 1999, ano de edição do último álbum de originais a solo: "Niafunké". Conversa publicada originalmente no suplemento Vida d' O Independente.
Obrigado C.M. de Lisboa e Incubadora d'Artes por nos darem o prazer de ver este "gigante" de África na Capital.
Não foi fácil falar com Ali Farka Touré. Não é todos os dias que este senhor de 60 anos tem acesso a um telefone, no Mali; e nem sempre é fácil compreender o seu francês, falado com longas pausas (próprias de quem se levanta com o nascer do sol e se deita com o crepúsculo) e frases nem sempre concretizadas. Afinal Ali Farka Toure, além de excelente músico, é um verdadeiro homem do campo.
O Mali é um país de músicos - Você, Oumou Sangare, Toumani Diabaté, Salif Keita. Será que isso tem a ver com o facto de ao longo de séculos vigorar a cultura musical griot (N.R. músicos que tocavam para os imperadores do Império Mandinga de origem muçulmana que se estendeu pela África Ocidental a partir do Sec XIII)?

O Mali não é um país de músicos, mas há músicos no Mali. É um país histórico onde existem etnias distintas. Eu sou sonrai, estou longe de ser griot e de ser escravo. Aqui não existem fronteiras. Cada pessoa traça o seu destino ao fazer música. Para mim a música é uma filosofia de educação e de amor.
É verdade que, à semelhança de Salif Keita, os seus pais opuseram-se ao facto de tocar, pelo facto de fazer parte de uma classe nobre?
Os meus pais eram realmente contra o facto de eu ser músico. Durante a minha carreira sempre tive receio de pegar na guitarra enquanto me encontrava ao pé da minha mãe. É que antes de ser músico já era agricultor e pilotava barcos. Profissões mais úteis à nossa etnia.
Apesar de ter tido uma carreira brilhante como músico fora do Mali, nunca deixou de ser agricultor. E parece que foi o dinheiro que ganhou com a música que lhe permitiu comprar máquinas modernas para melhor fazer a lavoura. Verdade?

Sim. Toda a vida estive ligado à agricultura e todo o dinheiro que ganho com a música tenho investido na agricultura. Não devemos pôr açúcar no mel (N.R.: metáfora que significa não devemos aplicar o dinheiro que ganhamos com a música, na música) porque isso daria uma mistura demasiado doce. A música permitiu a evolução do meus métodos de trabalho agrícolas. Até porque não podemos fazer música se não tivermos a barriga cheia, não é?

Parece-me que continua a preferir a agricultura à música.
Sim, porque a agricultura é uma cadeia de vida. Os animais comem, os homens comem. Sustenta um ciclo maior que a música. Esta é boa apenas para quem toca e escuta.
Vivendo numa vila (Niafunké) situada à entrada do Sara, em que os terrenos são muito arenosos, gostaria de saber o que é que planta.
Vivo perto do deserto, mas também perto do rio o que me permite ter terrenos férteis. Aqui posso plantar tudo o que preciso: trigo, milho, feijões, batatas, mangas, goiabas, tangerinas, laranjas, papaias… e, claro, também pesco.
Não tem dado muitos concertos fora do seu país e por diversas vezes anunciou retirar-se da vida artística. Isso tem a ver mais uma vez com a agricultura, ou com o cansaço das digressões?
Não digo que não dê concertos, mas preciso em primeiro lugar terminar todas as culturas, todos os trabalhos agrícolas. Não posso permitir-me a fazer aquilo que fazia há 10 anos atrás, altura em que comecei a tocar pelo mundo inteiro e a estar muito tempo fora de casa. Tenho 11 filhos, sou avô de 8 crianças, tenho muitas bocas para alimentar. Ainda viajo, mas só durante uma semana. O máximo é um mês. Depois volto.
Nunca sentiu vontade de viver na Europa, à semelhança de muitos músicos africanos?
(um grande assobio, como se isso fosse totalmente impossível). Nunca. Não gosto do estrangeiro, gosto de fazer o meu trabalho e de regressar à minha casa no fim do dia. Adoro o espaço, a terra, nunca poderia viver num apartamento. Tenho de estar perto da natureza.
Quando colaborou com o Ry Cooder em “Talking Timbuktu” sentiu que tivesse aprendido alguma coisa?
Não. Nada.
E o que é que você lhe ensinou?
Ensinei-lhe algumas coisas, quanto mais não seja o facto de ter descoberto a essência da música africana. Ele vem ao Mali em breve, no ano 2000, e ficará cá durante duas semanas.
Pensa que o Taj Mahal e o Ry Cooder têm ainda muito a aprender consigo, sobretudo na forma de tocar guitarra?
Entre o Ry Cooder e o Taj Mahal existem muitas diferenças. Durante os anos em que viajei pela Europa e Ásia, o Ry Cooder tornou-se num génio da música ocidental. É um dos melhores para mim, porque faz aquilo que deve ser feito. É a sua vida. O Taj Mahal é um professor, não meu, mas dos jovens que ensina. Tenho muito a aprender mas não há-de ser com ele. Nós somos de etnias diferentes, temos culturas diferentes, almas diferentes. Mas ele é muito aberto e generoso e isso agrada-me. (N.R: apesar de Taj Mahal ter nascido nos Estados Unidos, Ali Farka Touré considera-o um africano a viver na América, devido ao sistema de crenças em que acredita, cujos antepassados traçam as origens do ser humano).
A sua música é influenciada por experiências espirituais. Segundo consta, o Njarka (pequeno violino local de uma corda) é um instrumento bastante perigoso, porque quando mal usado pode evocar os maus espíritos. É capaz de explicar?
O Njarka é o instrumento mais perigoso de África e do Mundo. Quem o toca nunca poderá aspirar a ter grande longevidade. É um bom instrumento e ao mesmo tempo um mau instrumento, porque quem não tem cuidado pode ficar louco. Conheço muitas pessoas que enlouqueceram. A primeira vez que peguei no Njarka tinha 12 anos, nessa altura ao brincar com o instrumento quase morri. O Njarka deixou-me imobilizado e fui picado por uma cobra.
Pensa que a música é uma forma de chegar ao mundo espiritual?
Não acho. Tenho a certeza. É como entrarmos dentro de água, num mundo real que não é totalmente visível aos nossos olhos.

Hoje, uns meses depois e também por via blog - juramento sem bandeira - soube da triste notícia da morte deste grande artista, não sendo um grande conhecedor fica aqui o meu sinal de respeito e admiração por um músico que, acima de tudo, tinha uma grande alma e isso notava-se - e de que forma - na sua música.